Com o coração a bater descompassadamente, ansiosa por aquele encontro que tanto aguardava, a pequena Ana lá se aproximou do Sr. Rui.
Chegou por trás e tocou-lhe no ombro. "Sr. Rui?" perguntou, "Menina Ana, como está" respondeu uma voz ligeiramente amargurada mas sorridente e afável.
A Ana estendeu a mão para o cumprimentar e ele devolveu-lhe a sua. A Ana sentiu o frio do plástico de encontro à sua mão macia, mas nem assim deixou de o cumprimentar.
O Sr. Rui era um homem simpático à primeira vista. Devia ter cerca de 40 anos, com cerca de 1,80 m, cabelo preto liso bem penteado, olhos castanhos, tez clara, Inspirava em Ana uma estranha sensação de simpatia e confiança.
"Vamos entao ver a casa?" - e começaram a andar. O Sr. Rui tirou do bolso das calças de ganga um porta chaves com apenas uma chave. Com a mão esquerda fez entrar a chave na fechadura e o coração da pequena Ana quase que parou por instantes. A porta abriu-se vagarosamente.
Entraram os dois. A casa era mesmo o que Ana esperava. Tinha uma pequena entrada que dava acesso a um espaço mais amplo, iluminado por uma por uma pequena janela. Esse espaço dava acesso ao resto da casa. Havia uma porta do lado esquerdo para um pequeno quarto, do lado direito uma casa de banho, e ao fundo da sala, separado apenas por um balcão, era a cozinha.
A Ana estava encantada. Aquela casa pequenina, meia dessaranjada, era mesmo o que procurava. O Sr. Rui falava calmamente sobre as características da casa. "Mandei consertar o telhado agora e a canalização é toda nova. Ainda falta vir o electricista dar uma olhadela ao sistema electrico, mas fora isso, a casa está pronta a habitar".
A Ana só uma coisa fazia confusão. Porque razão alguém haveria de querer vender uma casa tão bonita?
O Sr. Rui foi à estante da cozinha, tirou dois copos, dirigiu-se ao frigorifico e serviu dois copos de Trinaranjus.
Sentaram-se os dois à pequena mesa encostada junto à janela da sala e Ana perguntou "Porque é que está a vender esta casa?"
Os olhos do Sr. Rui humedeceram-se. "Já deve ter reparado que não tenho uma mão. Sofri um acidente. O tratamento foi muito caro. Preciso do dinheiro. E apesar desta casa me trazer muitas recordações boas, vende-la é a única forma de conseguir arranjar algum dinheiro." E lentamente desviou o olhar de Ana e centrou-o na mesa.
A pequena Ana, verdadeiramente comovida, agarrou nas mãos do Sr. Rui. Ele olhou para ela. Os olhos dela estavam agora como os dele. Ana levantou-se e suavemente fez levantar o Sr. Rui. Caminhando à frente, dirigiu-se devagar para o pequeno quarto. Entrou e ele entrou depois dela. Fechou a porta. Nessa tarde, a pequena Ana deixou de ser pequena.
Co-Autoria: Silvia Carvalho
O que é que significa a última frase?
ResponderEliminarCientistas comprovam que 75% dos negócios celebrados com Trinaranjus dão para o torto.
ResponderEliminarO senhor Rui não sofre de disfunção eréctil. Mas muitos portugueses sofre... TRATE-SE SFF!
ResponderEliminarGostava de saber por que raio a protagonista de chama Ana e era "pequena"...
ResponderEliminarprops do pessoal de alijó.
ResponderEliminarAntónio espero que essa história não seja inspirada em mim
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